Saturday, October 21, 2006

Dia do Tom

Quando cheguei ao Japão, fiquei impressionado com a quantidade de feriados. A gente tem uma imagem errada de que no país não se faz outra coisa além de trabalhar. Pura mentira. Até porque feriados prolongados são bons para a economia local, pois japonês adora viajar. E eles têm dinheiro. Então, isso gera emprego e money para o setor hoteleiro...
Enfim, adorei o post escrito pela Raquel, do Tokyo Passion e resolvi postar aqui.


Eu já sabia que ele era venerado no Japão. Mais adorado até do que o David Beckham, que é uma figura onipresente nas propagandas deste país. Mas eu não imaginava que o amor dos japoneses pelo Tom Cruise fosse tão grande a ponto de eles criarem o Dia do Tom (Tomu no Hi)!

Pois a notícia saiu hoje em sites do mundo todo. A Associação Japonesa de Calendários não explicou o porquê da data, mas estabeleceu que, de agora em diante, todo 6 de outubro vai ser o Dia do Tom.

Pra falar a verdade, essa homenagem nem parece muito estranha depois que você descobre algumas datas bem curiosas do calendário japonês:

23 de janeiro - Dia dos Lactobacilos (Aposto que foi lobby da Yakult!)

8 de fevereiro - Dia da Agulha

15 de março - Dia do Sapato

8 de abril - Dia do Pneu (isso é coisa da Bridgestone)

27 de abril - Dia da Esposa Malvada (quem será o infeliz que inventou essa?)

2 de maio - Dia do Chá verde

11 de junho - Dia do Guarda-chuva

24 de junho - Dia do OVNI (alô, alô, Marciano...)

17 de julho - Dia do Mar (é até feriado!)

26 de julho - Dia da Assombração

2 de agosto - Dia da Cueca

19 de agosto - Dia da Motocicleta (também no país da Honda, da Yamaha e da Kawasaki, queria o quê?)

2 de setembro - Dia do Takarakuji (É a loteria japonesa. Como se fosse o Dia da Megasena)

16 de outubro - Dia do Chefe (Afinal de contas, ele merece, né!)

1 de novembro - Dia do Cão (atenção, não é Dia dE cão)

26 de novembro - Dia da Caneta

3 de dezembro - Dia da Esposa (Mas só da esposa boazinha!)

30 de dezembro - Dia do Metrô

Foto: Tom Cruise na pré-estréia de Guerra dos Mundos, em Tokyo. Fui eu que tirei!!!!

Tuesday, October 10, 2006

Etiquetada!!!

Hoje vou publicar um texto especial de uma pessoa que eu admiro muito.
Deixa eu explicar direito. A conheci quando estudava no Japão e tive o prazer de entrevistá-la uma vez. O que gosto no blog dela? A sinceridade. E sei que a Juliana Watanabe, com seu Sushi Samba, tem muito para ensinar para todos, principalmente sobre garra e otimismo para correr atrás dos sonhos.
Fiquem com esse texto super alto-astral dela:


A Clau me etiquetou e aqui estou quebrando a cabeça para escolher (na minha opinião) quais seriam as 5 características que estariam na minha etiqueta.

Mas antes de listar, quero dividir com vocês o que eu andei pensando sobre mim nessas últimas 24 horas: ( hehehe.... só assim mesmo para parar e pensar sobre si mesmo, né?)

Muito engraçado que depois que eu comecei a pensar nas minhas características, eu percebi o quanto me mudei de uns anos pra cá.Eu era típica menina do interior de São Paulo. Nasci em Ribeirão Preto e cresci em Guatapará, atualmente com mais ou menos 8000 habitantes, e que alguns anos atrás, nem era considerado uma cidade...(era município de Ribeirão Preto.).
Meu mundo era aquela cidadezinha. Eu era sonhadora, romântica e talvez mais ingênua com o mundo e com as pessoas.
No ano passado, encontrei com uma amiga da faculdade e ela me disse que nunca imaginou que eu fosse tão longe. (literalmente, trabalhando nos Estados Unidos e ainda por cima numa organização internacional). Ela me disse que quando cursávamos a faculdade, achava que eu seria uma das primeiras a se casar...
E eu também achava isso...
Desde pequena sonhava que um dia apareceria um príncipe encantado na minha vida de cavalo branco e que a gente iria ficar juntos para sempre. Coisas de criança, mas eu acreditava e sonhava!

Em 2001 terminei a faculdade e fui para o Japão. Acho que foram os 3 anos que eu mais cresci, aprendi e mudei.... (essa parte da minha vida merece um post especial... :)

Minhas amigas constumavam me dizer: "Juliana, sai da bolha!"; "Juliana, esse mundo não é tão cor-de-rosa como vc imagina..."

E assim, surgiu a Juliana de hoje. Como não morri e nasci de novo, ainda carrego dentro de mim várias características de uma menina de cidade pequena.Mas algumas prevaleceram mais forte dentro da minha personalidade e aqui estão as cinco características:

1. “Cara-de-pau”: nunca tive muita vergonha de aparecer na frente das pessoas. Acho que puxei a minha mãe. Desde pequena, dançava, cantava na frente das pessoas. Aos 11 anos, participei pela primeira vez de um concurso de karaoke. Aos 12 anos eu fui apresentadora de um concurso de musica. Aos 13 anos participei de um concurso de oratória. E assim foi.... hoje em dia, para conseguir o que quero, principalmente na minha vida profissional, eu não tenho vergonha. Se tiver que me encontrar com um chefão com o meu currículo na mão, eu vou! Pelo menos eu tentei, não acham? E tenho que confessar que foi assim que eu consegui o meu atual emprego.

2. Otimista: a minha vida no Japão me ensinou a ser otimista. Me ensinou que a felicidade depende do seu modo de pensar. Se pensar alto, se pensar positivo, as coisas tendem a acontecer dessa forma. Se estou passando por um momento difícil, penso que é porque tenho que aprender algo com essa experiência. Dificilmente vocês vão me ver reclamando de uma coisa por dias e dias. Eu posso reclamar, uma ou duas vezes. Posso até chorar com a situação. Mas nunca me encontrarão pessimista reclamando da vida por dias e dias.... Eu procuro sempre contornar e superar as situações difíceis.

3. Sorridente: acho que essa característica é conseqüência da anterior. A minha mãe sempre me dizia que é importante a gente estar sorridente. O sorriso atrai coisas boas e alegra a vida. Acho que isso ficou na minha mente. Procuro sempre estar sorrindo.

4. Brava: também acho que puxei a minha mãe. Há uns dois anos atrás, eu tinha pedido uma coisa pro meu tio e não saiu do jeito que queria. Fiquei muito brava! Meu tio disse pra minha mãe: a sua filha é igualzinha a vc quando fica brava! Hahaha!Também procuro não levar desaforo pra casa. Se sinto que não fui bem atendida, e que eu não estou errada, chamo a gerente da loja ou do restaurante e reclamo. Procuro defender os meus direitos!

5. Racional: como já disse, hoje em dia eu sou bem mais racional que emocional. Penso bastante antes de decidir algo, tanto na minha vida profissional como pessoal. Infelizmente (ou felizmente) deixei de ser um pouco aquela menininha romântica sonhadora.

Monday, October 09, 2006

Vai de Linux, Mr. Gates?

Hoje vou postar um texto muito legal que colhi la no Efeito Pimenta. O blog é ótimo e fala da relação empresas/jornalistas. Para quem é da área vale acrescentar no Meus Favoritos. Fiquem com esse texto do Bruno:


Algumas coisas que me irritaram muito esta semana...

As assessorias estão com um sério problema de não conhecer os veículos. Não sabem, por exemplo, que o site da revista que eu trabalho é SEMANAL. Ou seja, as matérias entram UMA vez por semana. As notinhas entram esporadicamente, mas sem obrigação nenhuma de competir com outros veículos hard news. Isso tudo, em 2 minutos, a pessoa sabe se ler o perfil da publicação.

Toca o telefone na sexta...

-Aqui é a assessora da empresa X, estou ligando referente a um release encaminhado sobre isso, isso e aquilo...

-Oquei, eu vou encaminhar para a editora e confirmo para você no próprio email se vamos ou não vamos publicar...Feito isso, na segunda-feira...

-Oi Bruno, a notinha não vai subir?

-Vai sim, querida. Estou trabalhando nas matérias e assim que possível farei as notinhas...

Na quarta.

-Oi, a notinha não vai subir???...

-Vai sim, querida. Já está feita no editor on-line, mas a editora precisa aprovar.

-ô, desde segunda feira que ERA pra ter saído, hein...

-Eu sei querida, mas como eu já te disse, o nosso site é semanal. O nosso compromisso não é diário...

Engraçado. De onde eu vim, quem decide o que entra e quando entra nas revistas são os editores. Não sou eu, repórter, tampouco a assessora.

E outra coisa que está me enchendo o saco. De verdade, não existe outra expressão. As pessoas desdenham as versões on-line das publicações. Eu dou um duro danado para fazer o site toda a semana, com matérias interessantes. Todos nós sabemos que o site tem muito mais penetração que a revista...

Não, nem todos nós sabemos. Desde que eu assumi de cabeça o On-line, eu comecei a reparar nisso. Oferece o artigo, eu aceito e depois. “ah... mas não era para a versão impressa???”. Agora vamos lá. Pegue todas as edições que já saíram da revista e veja se tem UM artigo de fornecedor. Não tem. É a linha editorial.

Se as pessoas aprendessem a conhecer mais os veículos, problemas como esses não existiriam. Eu nunca chego numa entrevista, ou peço uma pauta para a empresa X sem saber o que essa empresa faz e até quais são seus maiores clientes. Um exercício simples de procurar no Google. Mais ou menos como...

“Mr. Gates, existe a oportunidade da Microsoft vender Linux ainda em 2006, dado o crescimento do sistema operacional dos últimos anos?"

O ápice que motivou este texto foi ter a atenção chamada por uma assessora, refirindo-se a um ‘probleminha’ de que não tinha sido combinado que a entrevista que eu tinha feito era para o site e não para a revista....

Olha, sinto muito, na hora em que eu pedi a pauta isso não foi perguntado. E se me fosse negado a entrevista para o site que eu dou meu sangue EVERY FUCKING WEEK para mandar a newsletter, só porque é um site e não uma revista, eu viria aqui do mesmo jeito.

Nada contra quem recebe ordem, mas é fogo!

E tenho dito...

Saturday, October 07, 2006

Precisa-se de palhaços

Hoje pirateei um post do Picadeiro da Informação, um blog de jornalistas desocupados que escrevem palhaçadas do mundo do circo, oops, digo do mundo da informação. Muito legal a idéia e tem textos ótimos, dignos de entrar aqui no Ideia Brilhante.
Para os meus leitores, aqui um dos posts que mais gostei. Espero que gostem também.


Recebi por e-mail a vaga abaixo:

Estou procurando um jornalista que entenda de astrologia e consiga escrever 360 previsões mensais, totalizando 12 previsões diárias. Este material será gravado e inserido em uma grande operadora de telefonia celular.
E-mails para: guthierrez@yahoo.com.br

Decifrando a vaga para o respeitável público:

Preciso de um palhaço que saiba encher linguiça, tipo inventar umas previsões de horóscopo para uma operadora de telefonia celular, que adora lançar serviços para sugar mais a grana do cliente.

Na verdade, o circense vai ter que fazer o truque da multiplicação dos peixes porque ele terá de escrever 12 previsões todo santo dia, que totalizarão 360 textos, ou seja, vai trabalhar 30 dias SEM FOLGA! Nem me atrevo a revelar de cara o salário no anúncio, senão, ao invés de currículos vou receber spams. Enfim, você vai ter que escrever pra mim para que eu analise se o seu perfil é melhor de frente ou de costas (ahahahaha).

Tá ou não tá chamando a gente de palhaço?

"Qué pagá quanto?"

Dá vontade de trabalhar lá só pra chutar o pau do circo! Repassei a vaga para alguns amigos porque o mercado de trabalho está péssimo e tem muita gente boa sobrando, passando aperto, topando o que aparecer.

Se alguém preencher a vaga, por favor, zoe bastante no circo por nós e depois faça seu espetáculo no nosso Picadeiro.

Tuesday, October 03, 2006

Mais um comentário interessante

Tem um blog que eu adoro visitar. É de um técnico em prótese dentária, mas que tem uma sensibilidade muito grande para captar lindas imagens e congelá-las para a eternidade.
Sim, estou falando do blog Haru, do Afi, angolano que mora em Portugal. Se vocês querem ver imagens bonitas, precisam adicionar este blog na lista de favoritos.

bom, mas dia desses escrevi para ele e fiz a pergunta (não aguentei, tive de perguntar), se a fotos eram dele mesmo. Adorei a resposta e queria compartilhar com todos.


"Claro que não levo a mal. Também eu quando visito sites muitas vezes me pergunto o mesmo. Mas é verdade quando digo que são fotos minhas. Normalmente tenho sempre uma foto maior, com mais definição, de onde tiro estas que exponho aqui. Por isso não uso marca de água, porque nunca publico o original. Um dia publico um original, embora não saiba ainda bem como porque uma foto pode ter mais de 1Mb.

Já agora quero explicar que a minha intenção ao mostrar essas fotos não é receber elogios (não nego que seja agradável) mas mostrar as coisas bonitas do nosso mundo e esquecer um pouco o lado feio sempre presente. Por isso acho que o mérito pertence muito ao objecto fotografado e depois à máquina. O que acontece aqui é que isolo as coisas do contexto onde estão inseridas e congelo o momento. Por ex. poderia conseguir uma foto bela de uma flor crescendo num local feio e sujo mas ninguém precisaria de saber nem imaginar o ambiente em que ela estava, não é? Assim a foto produz uma sensação única em cada um de nós.Como já expliquei antes isto é um hobby. O que sei de fotografia é nada ou quase nada. A minha actividade profissional não tem nada a haver com fotos. Sou um técnico de prótese dentária. Componho sorrisos. "


E com vocês, algumas das fotos dele:


Monday, October 02, 2006

Esclarecimento!

Há algumas semanas publiquei um post muito legal sobre a propaganda da Fanta no Brasil, que estimulava as pessoas a serem Bomboochas.

Pois é, recebi uma mensagem/comentário muito esclarecedora e queria compartilhar com todos.

"louize disse...
Estou cursando a 2ª fase de publicidade e propaganda; teremos que falar sobre a fanta. Bamboocha quer dizer "Comer a vida com a colher grande". Aqui no Brasil essa moda não pegou. Mas nos outros países,o pessoal aderiu."


Valeu Louize e volte sempre!!!

Bye Bye Japón

Hoje vou copiar-colar um post da Angélica Camacho, do blog Perú a ciegas, país con... fusión. Ela está no Peru agora, mas ficou aqui no Japão por dois bons anos. Falei pouco com ela, mas o suficiente para saber que é uma pessoa muito boa, alegre e decidida. Tenho lembranças ótimas dela (e um dia conto tudo no Meu Japão é muito Mais Legal).
Ela começou há pouco tempo um blog e fiquei impressionado com os textos. Não dá vontade de parar. Ela escreve tão bem sobre assuntos banais e cativa o leitor.
Abaixo, o texto de despedida do Japão. Deliciem-se





"Extrañaré los trenes, los horarios apretados, los edificios, el aire y hasta a los borrachos" le dije a mi amigo Motoki uno de mis últimos días en Tokio. Sabía que lo haría pero no cuánto hasta pisar suelo peruano. Y no es que no haya sentido ganas de abrazar a toda mi gente y comer un rocoto relleno o una jalea como solo aquí se puede. Es solo que 24 meses y una generosa convivencia con los descendientes de los samurais, brasileños y latinoamericanos que allí conocí adquieren un matiz adictivo con el consabido síndrome de abstinencia si intentas huir.

Nadie podrá sentir la ausencia sino hasta decir adiós una vez en su vida. Esta era la segunda en mi caso. Me dí cuenta que hasta las paredes del que una vez fue mi cuarto se quedaban con una parte de mi historia. Todas las calles por donde pasé tienen un espacio en lo más recóndito de mi. La parte más conciente se la llevan mis amigos, aquellos que compartieron más sonrisas que palabras conmigo y el arsenal de almas que me tendieron la mano en esos días que empezaron siendo meses y luego se convirtieron en minutos.

No fue fácil la primera parte, pero la aventura pesaba más. Luego todo llegó a su cauce, vino la estabilidad, la mejor parte... y otra vez a decir adiós. Pero lo vivido queda, el mundo sigue, solo que tu ya no estás más allí, en ese escenario. Ahora empieza mi segunda aventura. Mi etapa de nostalgia cesará, es cierto, pero siempre llevaré conmigo la mejor transacción que he hecho hasta ahora: dos años de mi vida por miles de recuerdos.

Aquí estoy Perú.

Foto: Japonesa en kimono un día de verano en la estación de Oimachi, Tokio. Créditos: Angélica C.