Thursday, September 28, 2006

Anta

Hoje pirateei um post do Básico e Necessário, do casal Martin e Heloisa, de São Paulo. O que gosto no blog deles? A espontaneidade com que descrevem o dia-a-dia. Apesar de ser um diário virtual, ele é cheio de graça e os textos são divertidos!
Abaixo uma amostra da sinceridade com que escrevem o blog. E cá entre nós, quem é que nunca cometeu uma gafe "king kong"?


meu, eu sou muito anta....ando muito distraida. Vaaaaarias vezes, eu mando email pro Martin com cópia pra Alice, uma amiga minha, pq sei lá como, eu esbarro o mouse no nome dela, q é o primeiro da minha lista de contatos....ela até ja esta acostumada, mas mesmo assim morrode vergonha, pq é claro q os emails mais retardados é q vão pra ela....ela deve dar risada.....Então, olha só a bosta....tô orçando em um lugar pra realizar a super festa VIP (pq nós somos q nem o Ronaldinho e a Cicarelli, conhecemos um monte de gente, mas só vão os VIP's, hahahaha) , aí email vai, email vem, a mulher me manda o valor. Aí eu encaminho pro Martin dizendo assim:
"Amor, boa e má noticia, o valor do almoço é bom, mas olha o aluguel da casa....PUTA Q PARIU....."Daqui a pouco aparece outro email da fulana do lugar na minha caixa de entrada, achei estranho, pq ela ficou de me mandar o cardápio amanhã. Aí eu abro e está escrito assim:
"O nome Água foi pensado exatamente por sermos flexíveis como tal. Caso vc tenha interesse em realizar o evento aqui, formule uma proposta q certamente iremos entrar em acordo..." ou algo assim. Aí ja deu pra perceber né??? Exatamente, eu fiz essa cagada. Meu email educadíssimo estava logo abaixo da resposta dela. Não sei como eu fiz isso, mas eu sei q eu sou uma anta.....

Wednesday, September 20, 2006

Dicas de Viagem: Restaurantes em NY

Hoje copiei-colei um post da Claudia Beatriz Soares, o Life, now playing. Ela é analista de sistemas e mora em Washington DC. O blog dela é muito bom, ela escreve super bem. Escolhi este post por três motivos: as dicas são realmente legais, A-M-O de paixão Nova York e, é claro, a idéia é brilhante e até tive ela antes, mas não coloquei no papel. Então, com vocês, as dicas de restaurantes em Nova York da Claudia... divirtam-se




As minhas visitas a NYC são quase sempre frenéticas. Mil coisas pra fazer em poucos dias e aproveito muito pouco uma das coisas que NYC tem de melhor: a infinita variedade de restaurantes. Normalmente entre uma andança e outra, me pego comendo num fast food qualquer ou então na primeira Deli que encontrar pela frente.

Nesta última viagem, como estava muito frio e o propósito da viagem era curtir o lado romântico de NYC, finalmente conseguimos sentar e planejar a ida a alguns restaurantes. E como eu acho que são boas dicas, resolvi compartilhar com vocês:

Orso

O namô fez a reserva com uma hora de antecedência pras 6 da tarde, mas é recomendado maior antecedência porque como ele fica na área da Broadway, é muito concorrido no período pré-teatro(antes das 8 da noite) e no pós-teatro(depois das 10). A decoração é toda em estilo toscano e o menu muda a cada dia. A atmosfera é romântica, perfeita pra um jantar a dois. De entrada pedi um "Buffalo milk mozzarella with tomatoes, basil and olive oil", e eu classificaria como imperdível, o namô escolheu uma salada "Mixed green salad with olive oil and lemon" . Sim, os pratos vem explicadinhos. De prato principal, escolhi um Fettucine com Frutos do mar que estava simplesmente divino e o namô, Capelleti de Espinafre com molho vermelho. Os pratos são muito bem servidos e apesar de estar super empolgada com os profiteroles, tive que deixar pra próxima. Não tinha sobrado "espaço". Achei os preços bem razoáveis, pela qualidade do restaurante e da comida e com certeza, recomendo e voltarei mais vezes.

Categoria: Italiano, inspirado na região da Toscana
Preço: $$$
Localização: Midtown
Endereço: 322 W. 46th St., New York, NY 10036between Eighth and Ninth Aves.212-489-7212


Brazil Brazil Grill

No dia que jantamos no Orso, vimos essa churrascaria ao lado e como o namô ainda não tinha provado o autêntico churrasco brasileiro, resolvemos voltar no dia seguinte pro almoço. A decoração é bem tropical, nas cores verde e amarelo. O lugar é pequeno e aconchegante e em nada lembra os grandes salões de churrascaria no Brasil com todo aquele movimento e falatório. O buffet de saladas é pequeno, mas bem variado. Arroz branco, feijoada, strogonoffe, banana frita, moqueca de peixe e farofa brasileira estão no buffet quente. Existem duas opções pro almoço: Buffet saladas + Buffet quente por 13.95 ou Buffet saladas + Buffet quente + Carnes no espeto por 16.95. Optamos pela segunda opção e pedi um guaraná antártica pra testar se estava mesmo numa autêntica churrascaria. O namô resolveu experimentar a versão diet do guaraná e virou fã no primeiro gole. A comida é bem feitinha e as carnes estavam ótimas. Picanha macia, minha preferida e os garçons muito atenciosos. O namô só gosta de carne bem passada, teve atenção especial e foi fisgado pelo jeitinho brasileiro. Ele gostou do "conceito" de ficar sentado enquanto a comida vem sendo trazida na mesa sem parar. Pra finalizar o almoço, pedimos um pudim de leite, que estava delicioso. Pra quem está pela cidade e com saudades do tempero brasileiro e não quer gastar uma fortuna, essa é uma ótima opção.

Categoria: Churrascaria brasileira rodízio
Preço: $$
Localização: Midtown
Endereço:328 W. 46th St., New York, NY 10036between Eighth and Ninth Aves.212-9574300


La Nonna

Depois de andar pelo Soho, eu, a Monica e a Ju resolvemos parar pra almoçar. Como estavamos perto de Little Italy, continuamos andando, meio perdidas a principio, até que a Ju resolveu parar pra perguntar e nos indicaram a Mulberry St. Eu já almocei em vários restaurantes nessa área e alguns tem menus com preços pré fixados a $14.00 que incluem uma salada, prato principal e sobremesa. Escolhemos o La Nonna porque eu já tinha ido lá anteriormente. Eu pedi um Fettucine Alfredo e as meninas pediram Nhoque com molho marinara. Os preço dos pratos giram em torno de $7.50 e se você estiver com muita fome, escolha um outro restaurante, porque as porções nesse são mínimas se você levar em consideração que este é um restaurante italiano. Mas pra nós, meninas, com pouca fome, foi a quantidade perfeita. O restaurante é bem charmoso e os garçons e maitre(que é portugues), super atenciosos. O pãozinho de entrada é delicioso e se você estiver pela área, vale a visita.

Categoria: Italiano
Preço: $
Localização - Little Italy
Endereço: 134 Mulberry StNew York, NY 10013(212) 334-6200

Tuesday, September 19, 2006

Um parênteses...

Caros leitores,

Desculpem-me a falta de notícias por aqui. Estive sem internet por alguns dias e nos outros eu dei uma pausa do computador. Fiquei uma semana de férias!

Agora estou de volta e continuo à caça de posts e mensagens interessantíssimas. Aceito sugestões!

Valeu! E como diz o blogueiro do Meu Japão é muito mais legal!:
Para o alto e avante!

Monday, September 11, 2006

Beba Fanta e fique o quê?

Este post eu pirateei de um blog muito, mas muito legal mesmo. O Despropaganda traz textos geniais e muito bem escrito sobre um único tema: propaganda. Vale a pena conferir. Por enquanto, experimentem esse aperitivo aqui:


O pessoal da Fanta fica toda hora mandando eu beber aquilo pra ficar Bamboocha. Deve ser muito bom pra eles que eu fique Bamboocha não é mesmo?

E isso me assusta. Porque Bamboocha é algo que eu não faço a mínina idéia do que seja. Como eu vou tomar algo pra ficar uma coisa que eu não sei o que é?

Sabe, eu já confio muito na empresa que faz a Fanta e tomo Coca-Cola (uma coisa que eu-não-sei-o-que-é, visto que a fórmula é secreta). Mas isso não basta. Além de tomar algo que eu-não-sei-o-que-é, eles querem que eu tome algo pra ficar de um jeito que eu-não-sei-como-é. Se eu não abrir os olhos, daqui a pouco vão pedir pra eu hospedar na minha casa alguém que eu-não-sei-quem-é, só porque ele vende Sprite.

Bamboocha? Se tivesse uma Fanta sabor Chimárron pelo menos, talvez poderia ser: "Beba Fanta e Fique Bombaacha". Ou na Fanta Suco de Morango poderia ser "Beba Fanta e Fique Bembiicha". Mas "Beba Fanta e Fique Bamboocha?" Que isso? O Pessoal da minha quinta série fazia slogan melhor pra Fanta: "Tome Fanta que o Pau Levanta". E eu tomava. Porque sabia claramente o efeito que ela ia me causar. Mas Bamboocha? Isso me lembra "Bembroocha".

Sabe. A Fanta deveria contratar o pessoal da minha quinta série pra fazer o slogan deles.

Sunday, September 10, 2006

Perfil do Caruso

Hoje vou copiar e postar um textinho da Gisele Silva (ela usa o nome do marido australiano), Scantleburry (quase impronunciável). A Gi (olha a intimidade!) acabou de chegar ao Japão. É jornalista e daquele tipo de pessoa que você conversa pela primeira vez como se já conhecesse há anos. Ela fez tipo um perfil do Julio Caruso, um ex-colega de trabalho. Todos gostamos dele e acho que todos deveriam saber um pouco mais sobre ele. Então aqui está. O texto está bem bom e divertido. Aproveitem!



Ontem eu fui apresentada a um brasileiro bem legal chamado Julio Cesar Caruso. Assim mesmo, sem acento no Julio ou no Cesar. O que tem de legal sobre ele? Caruso tem uma mente aberta, adora o Japão, não planeja o futuro para evitar decepções, expectativas frustadas e, também porque prefere viver um dia de cada vez. "Gosto de curtir a vida", me explicou ele. Esse carioca de 30 anos veio para o Japão pela primeira vez quando cursava o segundo ano da faculdade de Letras (UFRJ). Aqui no Japão, depois de muitas idas e vindas, conheceu uma japonesa chamada Tomoe, que hoje é sua esposa e com quem teve uma filha de pouco mais de um mês, chamada Karen. Detalhe: quando ele veio para o Japão, a Tomoe estava morando em Goiás. Faltando poucos meses para terminar a estada dele no Japão, ela regressou ao país natal e os dois se conheceram. Um professor de português a apresentou a ele, dizendo que uma japonesa havia regressado do Brasil e queria, simplesmente, praticar português. Pode?!? É o famoso quando tem de ser, será.


Julio Cesar se apaixonou pelo Japão meio que por acaso. Ainda adolescente, era fascinado pela cultura americana. Estudava inglês desde os oito anos de idade e chegou até a ser professor da língua Inglesa. Até que um dia se viu diante de um livro escrito em japonês. "Foi meio amor à primeira vista. Fiquei fascinado com os textos escritos em pé", recorda. O primeiro passo para se aproximar da nova cultura foi estudar com um professor particular. "Nessa fase eu passava o dia todo falando watashi no namae wa (meu nome é) e já achava que sabia japonês", comenta sorrindo – aliás, Caruso rir muito, é super simpático e agradável de bater papo.Bom, a paixão pelo japonês começou a gerar problemas na escola. "Eu sou queria saber de japonês, então minhas notas nas matérias da escola começaram a cair". O pai deu uma dura e o proibiu de estudar japonês até que ele concluisse os estudos. "Depois disso, ele disse que eu poderia estudar até hebraico, árabe, o que fosse", relembra. E assim ele fez. Desde cedo, Caruso aprendeu a ceder um pouco aqui para ganhar um pouco ali. E nesse jogo de ganhos e perdas ele vai levando a vida até hoje. Um jogo de cintura que, acredito, ajuda ele a conviver tão bem com as diferenças entre as culturas brasileira e japonesa.

Casado com Tomoe, ele usa esse aprendizado acumulado ao longo da vida para uma convivência harmoniosa - e para, também, conseguir convencer a mulher a ceder um pouco. "No começo, acho que ela imaginou que fosse tudo do jeito japonês. Aí, aos poucos, eu mostrei que seria melhor se fosse metade-metade. Sem imposição, de forma pacífica. Então, hoje se vamos comer de hashi (os palitos japoneses), teremos feijão em casa. Se eu tiro meus sapatos antes de entrar em casa, no domingo ouviremos meu pagode", comentou. Caruso tem uma coisa bem parecida comigo, a de evitar ficar comparado o Brasil com o Japão ou com o lugar onde se mora. Tem brasileiro que é meio um saco de se conversar no exterior porque eles têm mania de dizer que tudo no Brasil é melhor. Acho que viver assim deve ser muito mais sofrido, sem contar que não se aprende nada sobre o outro país. Afinal, tudo é visto como inferior. Então, Julio Cesar tenta se adaptar e respeitar à cultura do País onde vive, no caso o Japão. "Quando minha mulher estava grávida com sete meses, o medico dizia que não dava para saber o sexo do bebê. Claro que eu pensava que se estivéssemos no Brasil nós já saberíamos há muito tempo, mas eu não falei nada. Afinal, esse é o jeito que eles fazem as coisas aqui".

Mas, lógico, o sangue latino corre nas veias e, às vezes, não dá para engolir algumas coisas a seco. Ele me contou que um dia estava passeando com a esposa e uma amiga quando a amiga anunciou que iria se casar em breve. Para a surpresa dele, quando receberam o convite do casamento, o mesmo era endereçado só a mulher dele. "Ela não me convidou. Olhei para minha mulher e perguntei: não foi essa amiga que contou para nós dois juntos que iria casar? Como é que ela manda o convite agora e não me convida?" Inconformado, Caruso ligou para a sogra (japonesa) para fazer a consulta sobre o que ele achou ser, apenas, falta de educação. Aí, a sogra explicou que aqui no Japão isso é comum porque o número de convidados é limitado. Ele entendeu, engoliu, mas até hoje se refere a tal amiga, como a má educada.

E assim ele vai vivendo. Não tem planos de voltar para o Brasil, a não ser que fosse para trabalhar no Consulado do Japão no Flamengo, e morar de frente para a praia em Ipanema. Afinal, ele diz que leva uma vida confortável aqui e que gosta muito do Japão. Acho que é um daqueles casos que a gente nasce num lugar, mas o espírito da gente pertence a outro – sem que nem a gente saiba ou planeje. Os mistérios da vida....


Por que nao tive essa ideia antes?

Wednesday, September 06, 2006

Big Mouth+Small Face=Beautiful!

Estes dois posts foram coletados do blog Fungus Mungus' Weird Stuff in Japan. É de um professor de inglês que mora em Iwate, distante província para quem mora em Tokyo. Fica ao norte, perto de Hokkaido. Lá sempre tem terremotos... meda!
Bom, a indicação foi do Afi e tenho de concordar que é um ótimo site. Conheça um pouco mais do Japão estranho neste blog. Deleitem-se:



From another page of the Annals of Japanese Quackery, I present



The Slim Mouth Piece

Despite it's misleading name, this gadget is supposed to make your mouth bigger, not smaller. BIGGER? Yes, bigger. Who on earth would want this? Well, the theory is that if you widen your mouth, you will have the appearance of a small face, so prized by the Japanese.

Apparently, this device comes in regular, small, and large sizes so no matter what size your face is, you can have the mouth of your dreams! Now, that is weird!



Small Face
In the west, we obsess over having small bodies. There, thin will probably always be in, but in Japan, where many people already have thin bodies, having a chiisai kao, or small face, is a prized attribute. Most of the JPOP idols, many lacking talent, at least have "small faces".

I ran across this little device that is supposed to help the girl achieve the small face of her dreams. Behold, I give you the:

Ofuro de Kogao

Literally meaning "small face in the bath", this nifty little device is designed to be worn in the bath. It supposedly slims your face, giving you that pixish face such as those sported by Ayumi Hamasaki (see my blog post on the Ayumi Van in a previous blog post). I think if small faces make it big in the west, they should market this product as Kogao de Jason.

Monday, September 04, 2006

Dois em um

Hoje vou postar-copiar dois posts da Nadja, que mora em Buenos Aires (Argentina). Acompanho o blog dela há uns dois anos. Ela escreve muito bem e faz humor simples e "sem-querer-querendo". Quando estou meio jururu, leio os posts dela e sempre rio. Muito. Divirtam-se com esses dois:



Da série: "Meus Pequenos Medos"
- Sair de um banheiro público sem perceber que a saia ficou enrolada na calcinha e que a minha bunda está dizendo "olá, mundo!";
- A Condoleezza Rice.



Protesto contra o Protesto - II
Aí eu vi hoje no telejornal que fizeram um protesto na Av. de Mayo (a que liga o Congresso à Casa Rosada, sede do governo argentino) e na frente de Embaixada de Israel contra a guerra que está começando no Oriente Médio.

A marcha teve participação de membros da comunidade árabe, libaneses, etc. Até aí, OK. Mas teve também a participação de agrupações de esquerda e piqueteiros, que até onde eu sei não têm nada a ver com a história.

E um líder piqueteiro dando entrevista: "queremos manifestar nosso apoio à resistência armada, aos palestinos e ao Hezbollah, que continuem resistindo..."

Pe-pe-peraí!

A) O senhor quer me convencer de que sabe algo sobre o conflito atual?? E sobre todos os passados, e toda a história do Hezbollah, de Israel, enfim, tem alguma idéia do que está acontecendo lá? Tem certeza de que não está "apoiando" porque é legal ser "do contra"?

B) Esse povo não se enxerga MESMO, né? Inclusive o "apoio" de meia dúzia de desocupados (pra não dizer "bandidos" porque faz tempo que boa parte dos piqueteiros aqui deixou de ser pobre trabalhador pra virar no mínimo mafioso) de um país da América Latrina vai fazer a maior diferença pro Hezbollah. Agooora sim eles vão vencer as forças israelenses!É cada uma, né?




Por que não tive essa idéia antes?

Sunday, September 03, 2006

Tudo em 75 segundos

- Estou dirigindo meu Legacy preto por uma estrada do sul da Europa. A pista está molhada com a chuva que acabou de cair. O sol forte, em contraste com a pista molhada cria algo de mágico na cena. Tudo o que consigo ver é o verde da pradaria ao meu redor, falta muito tempo de viagem até a próxima cidade. De repente, percebo um carro emparelhar ao lado do meu. É outro Legacy, vinho, tão novo e reluzente como o que dirijo. O motorista me olha, intrigado por encontrar um carro idêntico ao seu em uma estrada até então deserta. Ele me parece tão estranhamente familiar. Veste uma camisa de lã preta e um blazer marrom, óculos escuros. Quando tira lentamente os óculos, reconheço seu rosto. Bruce Willis está dirigindo ao meu lado, com o mesmo modelo de carro que eu dirijo. Ele me olha intensamente, dá um meio sorriso e ergue levemente sua sombrancelha direita, como se me falasse silenciosamente que éramos pessoas do mesmo tipo, éramos semelhantes e sabíamos de coisas que ninguém mais sabia. Volta a encarar a estrada e acelera seu carro, me deixando sozinho.

- Ainda com sono, abro meus olhos com preguiça, lutando contra a claridade do sol, que invade o quarto através da cortina recém aberta. Tento me lembrar onde estou, aquela não é a minha cama, não é o meu quarto. Sinto uma mão acariciando meus cabelos e então lembro-me de tudo. O sorriso de Liv Tyler se encontra ao meu, quando ela sussurra bom dia em meu ouvido. Me pergunta se dormi bem, o que respondo me esticando na cama, espreguiçando sem pressa. Sim, dormi muitíssimo bem. Ela beija minha testa e me oferece um copo de capuccino, da marca que eu mais gosto. Enquanto tomo meu café, ela caminha até a janela, vestindo somente minha camisa social branca. Olhando pra trás, com olhar maroto, fecha as cortinas e deixa o ambiente escuro novamente.

- Norika Fujihara abre a porta de seu apartamento e me recebe com um sorriso. Me puxa para dentro, está ansiosa por me mostrar seu novo lar. Veste uma mini saia preta, blusinha solta branca, daquelas bem fininhas, anda descalça pelo carpete. Corre me mostrar a internet com conexão a cabo, super veloz, que acompanha o pacote de canais da Perfect Tv. Mostra o ar condicionado embutido no teto do banheiro, a grande banheira de ofurô, a máquina de lavar automática. Na cozinha, testa o fogão por indução magnética, mostra os armários todos embutidos, e pergunta se eu estou com fome. Não estou. Então ela me leva ao quarto, onde apenas fechando a cama (embutida, mais uma vez) na parede, o ambiente se transforma em uma sala de visitas bem charmosa. O pequeno apartamento está todo mobiliado com móveis versáteis, basta girar algo, ou apertar um botão, que a mesa se transforma em cômoda, o armário some dentro da parede, até mesmo os degraus tem seu charme, é só puxar sua base e descobrir que são ocos, prontos para receber qualquer tipo de bagunça que você queira esconder. Pergunto sobre o preço, um apartamento desses deve custar muito. Nada disso! Tudo isso por uma pequena taxa mensal, que é debitada automaticamente de sua conta bancária. Um apartamento mobiliado e funcional por um precinho camarada! Fico espantado com a praticidade da coisa toda, enquanto ela fica me olhando, sorrindo, sentada em uma poltrona que até pouco tempo atrás não existia. Por que tá me olhando assim? - questiono. Nada não. - sorri - É que gosto tanto desse apartamento, que poderia passar a vida toda aqui dentro.

- David Beckham me olha com cara de descrença. Cara, você não vai se barbear hoje? Vou, respondo. Só estou com preguiça, esse lance de fazer a barba me enche o saco. Ele tira do bolso um aparelho de barbear, desses comuns, pelo menos na aparência. Faz cara de desdém e aperta um botãozinho localizado no cabo do aparelho, que faz com que as três lâminas comecem a vibrar, prometendo um barbear rápido e perfeito. Pisca pra mim, e me joga o tal aparelho.

- Ronaldinho Gaúcho está de terno na minha frente. Estranho ver esse cara vestido assim. Ele olha para baixo, começa a contar, com voz triste, que pelo mundo existem várias crianças que jogam bola na rua, sem ter um tênis decente para calçar. Levanta os olhos, e diz com um ar de desafio: Eu era uma dessas crianças. Sonhos são possíveis. Tira do bolso um cartão de crédito Master Card e me mostra, confiante.Desisto. País consumista do cão. Desligo a televisão. Vou dormir.


(Texto extraído do blog Pluraty, do Paulo de Nagoya (Aichi). O blog é ótimo e cheio de idéias brilhantes. Esse texto foi um máximo de criatividade. Dez! Sugestão da Karina. Mandem suas sugestões também!)

Por que não tive essa idéai antes?

Friday, September 01, 2006

Ar condicionado de bolso

Tá com calor? Tá no meio do centro da cidade no auge do verão e queria um lugar geladinho para entrar?
Isso era o que se fazia antigamente, no início do século 21...


-40 graus de puro frescor!
O fim do suor.


Não perca mais tempo. Faça como eu, adquira agora mesmo o Ar Condicionado de Bolso.
O fim do suor.
Como uso?
É super fácil. É só tirar da bolsa e "tchu-tchu": aperte o botão. Um jato de vento gelado direto do Ártico soprará em você!!!
É uma pena que não posso fazer a demonstração pelo blog para vocês. Felizmente pra quem está no Brasil, não estão precisando de ar condicionado agora. Mas no escaldante verão japonês é uma mão na roda.

Quer mais? O produto não precisa pôr na tomada e nem agride meu ouvido, pois não faz aquele zumbido de "brrrrr" dos equipamentos dinossáuricos de ar condicionado.

Chacoalha e "tchu-tchu": aperte o botão. Sensação de frescor!

A miniaturização dos produtos está tornando a vida do japonês cada vez mais perfeita, ou melhor, compacta. Ele sai no verão para passear com seu chiuaua, ouve a música preferida no iPod nano e, quando se cansa, se refresca com o Ar Condicionado de Bolso.



(post coletado do Projeto Andromeda, do Emerson Wan. Não preciso dizer que é ótimo e bem ao estilo do blog dele: cheio de muito humor, temperado com uma pequena dose de acidez, uma dose generosa de cultura, algumas pitadas de sarcasmo e muita inteligência. Tudo isso embalado com palavras certas e bem distribuídas)

Por que não tive essa idéia antes?